O serviço de Odontologia Legal do Instituto Geral de Perícias confirmou a identificação de uma mulher de 22 anos, vítima de incêndio criminoso ocorrido em Descanso no dia 28 de março.
Os exames foram concluídos na última semana com a integração de equipes da Capital, de São Miguel do Oeste e com o apoio tecnológico de uma clínica de radiologia odontológica do município.
Entenda como e por que são feitos os exames de arcada dentária
Mesmo quando todas as circunstâncias da investigação apontam para a identidade da vítima, em casos de cadáveres que estão irreconhecíveis é necessária sua identificação por meios técnico-científicos, como os exames de impressão digital, de arcadas dentárias ou de DNA. Dependendo do exame, os estudos levam mais tempo para serem concluídos em razão de suas especificidades.
Desta forma, além de se assegurar a uma família enlutada que de fato se trata de seu ente querido, as investigações policiais contam com mais elementos para sua condução e são atendidos os requisitos legais para emissão dos documentos relativos ao óbito.
Do ponto de vista pericial, a identificação humana deve pesar quais métodos são os mais favoráveis em razão do que está disponível para exame. Em casos de carbonização, é frequente a destruição das impressões digitais por ação das chamas, o que indica a aplicação de exames de DNA ou arcada dentária. Apesar de sua precisão, os exames genéticos podem levar mais tempo para sua realização, uma vez que exigem passos técnicos complexos a partir de amostras degradadas. Desta forma, uma alternativa que pode acelerar a identificação com o mesmo grau de precisão é oferecida pela Odontologia Legal.
Como todos os exames de identificação, é necessário comparar as particularidades da dentição da vítima com aquelas contidas em documentos de uma pessoa desaparecida. O mais comum é que estes dados sejam obtidos a partir de prontuários feitos durante atendimento odontológico. Ali podem estar contidos dados descritivos, fotografias e radiografias que permitirão comparação com as características da pessoa falecida. No entanto, às vezes os prontuários não estão mais disponíveis para exame, ou estão incompletos, ou até mesmo não existem, o que ainda assim não impede a tentativa da aplicação da técnica. Vale destacar que a família da pessoa desaparecida tem participação fundamental neste processo, reunindo estes documentos para a análise pericial.
Nestas situações, as fotografias em que uma pessoa sorri e mostra detalhes de sua dentição podem ser utilizadas para perícia. Essas fotografias podem ser encontradas até mesmo em redes sociais. A comparação pode ser direta, entre duas fotografias ou então utilizar recursos de ponta, como a tecnologia 3D.
Novas tecnologias no Instituto Geral de Perícias
Com a utilização de um escâner intrabucal, as características dos dentes da vítima são digitalizadas. Logo em seguida, o arquivo resultante é sobreposto a uma fotografia da pessoa desaparecida, demonstrando a compatibilidade das particularidades analisadas. Foi o que ocorreu neste caso, com o apoio técnico de clínica de radiologia odontológica localizada em São Miguel do Oeste. A clínica realizou o escaneamento e compartilhou o arquivo resultante com o serviço odontolegal da Capital, o que permitiu concluir o exame no mesmo dia, trazendo assim um pouco de alívio à família da vítima.
Esta tecnologia já vem sendo aplicada pelo IML de Santa Catarina em diversos casos semelhantes a este, o que além de agilizar o processo, permite otimizar a aplicação dos recursos para exames genéticos.
O IGP possui um Perito Odontolegista nomeado no último Concurso Público para atender a todo o estado.

