Polícia Científica: o passado e o futuro da Perícia Oficial

Mensagem do perito-geral Giovani Eduardo Adriano

Caros policiais científicos de Santa Catarina,

No longínquo 06 de janeiro de 1917, o médico-legista dr. Carlos José da Motta de Azevedo era nomeado diretor do Gabinete de Identificação e Estatística Criminal. Estava assim criado o embrião do órgão de Perícia Oficial do qual fazemos parte. De lá até os dias atuais, passamos por vários nomes. Por um tempo fomos autônomos, depois fomos inseridos na estrutura de outros órgãos, até conquistarmos novamente nossa autonomia. Enfim, foi uma longa jornada.

No entanto, uma palavra sempre nos foi íntima: ciência. Não à toa, o termo “Científica” já fez parte de alguns dos nossos nomes passados. Por isso, com a promulgação da Emenda Constitucional 84/2021 nesta terça-feira (28), a Perícia Oficial catarinense escreve um novo capítulo e ao mesmo tempo resgata sua própria história.

 Além de ser um marco para a Perícia Oficial, pessoalmente a data ganha importância por representar o fechamento de um ciclo. Lembro-me como se fosse ontem quando recebi aquele telefonema no dia 31 de janeiro de 2005: “Giovani, a partir de amanhã é com você”. Foi o dia em que nasceu o nosso querido Instituto Geral de Perícias, que tantas alegrias nos deu ao longo dos anos. Com coragem, aceitei o desafio.

Obviamente, as dificuldades foram imensas: falta de pessoal, falta de estrutura mínima, falta de padrão nacional, entre outras. Mas, depois de muito trabalho vejo com orgulho aquele órgão – que nasceu pequeno em 2005 – não só alcançar o seu auge como estar pronto para abrir um novo ciclo virtuoso. Quis Deus que eu tivesse novamente a oportunidade de estar presente e contribuir com a Perícia Catarinense. 

Além do apoio dos nossos valorosos servidores, tenho muito a agradecer ao governador Carlos Moisés da Silva que, desde os primeiros dias após a eleição, convidou-me a permanecer no comando da nossa instituição, continuidade esta que proporcionou a consolidação de alguns dos nossos sonhos ditos até então impossíveis.   

Hoje, o projeto Instituto Geral de Perícias de Santa Catarina, que inspirou tantos órgãos de perícia a lutar pela sua autonomia Brasil afora, dá mais um passo e novamente passa a motivar e inspirar os demais, adotando uma nomenclatura em perfeita simetria com os serviços que desempenhamos para a sociedade catarinense.

Sou honrado por participar dessa história, desse sonho que parecia utópico, de uma perícia autônoma. E ainda mais honrado me sinto com a oportunidade de ser o primeiro servidor efetivo da perícia criminal a ascender ao posto mais elevado da Segurança Pública de Santa Catarina. É uma conquista de todos os sonhadores que estiveram comigo nessa caminhada.

Que em 2022 retornemos renovados para conduzir a Polícia Científica pelos novos desafios que o destino nos reserva. E lembrem-se: a Polícia Científica será do tamanho dos nossos sonhos! Nunca desistam deles.

Um excelente ano novo para todos nós!