Polícia Científica realiza treinamento de novos peritos oficiais
A Polícia Científica de Santa Catarina anuncia que em breve contará com o reforço de 24 peritos oficiais em seu quadro funcional. Trata-se de candidatos aprovados no concurso realizado no ano de 2017, cujo chamamento foi autorizado pelo governador Jorginho Mello no início deste ano. Antes de assumirem suas funções em suas lotações, os novos servidores precisam concluir o curso de formação profissional ministrado pela Academia de Perícia da PCI, condição obrigatória para confirmar o ingresso no cargo.
Além do acréscimo de pessoal, a perita-geral da Polícia Científica, Andressa Boer Fronza, destaca que o apoio do Governo no atendimento às demandas da Perícia Oficial tem garantido muitos avanços, incluindo o aprimoramento do próprio curso de formação. Para mostrar um pouco do processo de treinamento dos novos peritos, Andressa Fronza acompanhou a reportagem até a Academia de Polícia Civil de Santa Catarina (Acadepol), em Florianópolis, onde são realizadas as atividades práticas e teóricas.
“O governador Jorginho Mello tem olhado de forma atenciosa para a Segurança Pública e isso tem permitido às instituições conquistas importantes do ponto de vista estrutural e operacional. Hoje, por exemplo, estamos aqui ensinando aos novos peritos técnicas para analisar padrões de mancha de sangue, um tema bem aprofundado e específico que já está inserido na capacitação inicial, e que ajudará a Polícia Científica a desenvolver investigações materiais cada vez mais robustas nas situações envolvendo mortes violentas”, reconhece.
Atuação em locais de crime
A cena simulada de homicídio impressiona e dá aos novos peritos uma ideia clara do que enfrentarão no dia a dia da Perícia Oficial. O diretor da Academia de Perícia da Polícia Científica (Acape), perito criminal Luan Alves Lopes Carneiro – que coordena o curso de formação – explica que o treinamento precisa ser compatível com as situações encontradas durante as ocorrências, por isso, cada detalhe faz a diferença.
Além dos manequins representando as vítimas, o perito Luan Carneiro conta que foram espalhados no local alguns vestígios comuns às cenas de crime contra a vida, tais como elementos de munição, faca e manchas de sangue. Esses elementos auxiliam o perito criminal na reconstrução da cena. Também foram gerados diferentes padrões de manchas de sangue em situações controladas, sendo compatíveis com as situações vivenciadas no dia a dia de um policial científico.
“É importante que os colegas que estão em formação assimilem esses conhecimentos, que são multidisciplinares, ou seja, envolvem conhecimentos técnicos em muitas áreas. Naturalmente, existe uma curva de aprendizado que tem o objetivo de treinar o olhar dos policiais científicos. O que as pessoas comuns veem como simples objetos, os peritos criminais aprendem a enxergar potenciais vestígios de interesse criminalístico. Vestígios estes que ajudarão a trazer para investigação a autoria, materialidade e aspectos circunstanciais, tornando-se evidências ao longo dos processos que seguirão para a Justiça” explica.
O diretor da Acape relata ainda que, numa cena de crime, esses vestígios devem seguir uma cadeia de custódia, que vai desde o momento do seu reconhecimento até sua fixação, coleta, transporte, processamento e descarte, conforme prevê o Código de Processo Penal. Além de todas as questões técnicas associadas aos vestígios criminais, Luan ressalta a participação fundamental da atividade pericial no sistema jurídico brasileiro. “É a Polícia Científica treinando seus profissionais para, por meio da ciência, promover a Justiça”, conclui.