Casos recentes de intoxicação por bebidas alcoólicas adulteradas reacenderam a preocupação com a circulação de produtos clandestinos e/ou adulterados no país. Nessas situações, a Polícia Científica desempenha papel fundamental na perícia das embalagens, na análise na própria bebida com suspeita de adulteração e no exame de sangue das vítimas.

“A atuação da Polícia Científica é essencial nesses casos. Cada etapa é conduzida com rigor científico, garantindo provas sólidas para as investigações e, sobretudo, segurança para a população”, ressalta a Perita Geral da Polícia Científica de Santa Catarina, Andressa Boer Fronza.

A Divisão de Merceologia é responsável por fazer uma análise detalhada de aspectos físicos, técnicos e comerciais em embalagens, rótulos e marcas. Essa divisão trabalha especificamente em três tipos de exames:

• Avaliação econômica (direta e indireta): estima o valor da mercadoria apreendida e calcula os prejuízos causados ao mercado e ao Estado.
• Exames em objetos: análise física da mercadoria, incluindo embalagem, lacres, rótulos e demais elementos que possam indicar falsificação ou adulteração.
• Exames de propriedade intelectual: identificação de cópias ilegais, uso indevido de marcas registradas ou violação de patentes.

Já quando há solicitação expressa da autoridade policial que se identifique a composição química do produto, como nos casos de suspeita de adição de metanol em bebidas alcoólicas, as amostras são encaminhadas à Divisão de Química Forense. Lá, métodos científicos de alta precisão determinam a presença de substâncias tóxicas ou adulterantes. Normalmente o exame é feito com a comparação do produto questionado a um padrão original. Diversos parâmetros são analisados, como pH, condutividade, densidade, porcentagem de etanol e perfil cromatográfico de composição.

E ainda nos casos de vítimas que ingeriram bebidas suspeitas, a Divisão de Toxicologia realiza a alcoolemia, exame que engloba a quantificação de algumas substâncias no sangue, incluindo etanol e metanol.